segunda-feira, 19 de julho de 2010

A Loira Fatal

Certo dia, apareceu um cara no boteco que jogávamos sinuca e perguntou:
-Vocês viram a besta do Alonso?
Um dos camaradas, que passava giz no taco, respondeu:
-Não vejo o Alonso faz trezentos anos!
Outro cara que vinha chegando, indaga:
-Hoje não é sexta-feira? Sexta Feira é o dia que sai com aquela quarentona mulher do delegado rapaziada!
- É mesmo! É mesmo! Confirma um dos presentes que era investigador de polícia e conhecia o delgado corno.

O fato era que, todas às sextas Alonso se aproveitava que o dr.delga estava de plantão no cadeião e se encontrava com a esposa dele, na casa de próprio xerife. A esposa do delegado era uma coroa enxuta, que ele conhecera no estágio na Vara Criminal do Fórum João Mendes, a fulana era advogada, uma tremenda loira, alta e magra, parecia aquelas dinamarquesas de filme do James Bond.

Seus amigos sabiam que o xerifão não era flor que se cheira, mas confiavam na capacidade do amigo em não deixar vestígios. Isso se deve terem presenciado um pega na japonesa na cozinha da pastelaria ao lado. Mesmo Alonso estando de roupa preta como um ninja e tendo agarrado a fulana numa mesa cheia de farinha, ele não se sabe como,saiu com roupa preta intacta, limpinha, sem qualquer sinal de farinha, logo que notou o pai da moça um japa gordo e bigodudo, apontando na porta da cozinha e sumiu como um Saci no pasto. Reapareceu segundos depois pedindo pastel no balcão do bar como se nada tivesse acontecido.

Voltando à Loira, era notório que vida com o delega não estava bem, o cara já estava afim de se aposentar, tinha ficado intratável e asqueroso depois de anos trabalhando com facínoras da pior espécie.

Alonso ainda fazia propaganda do caso dizia aos amigos:
-Tô pegando a mulher do delegado tigrada!

No bar, entre uma tacada e outra, um dos camaradas profetiza:
-Não se espantem se, qualquer dia o Alonso aparecer num rabecão, e nós precisarmos ir ao IML reconhecer o safado!
Pois bem, o dia de Alonso enfrentar a morte tinha chegado; e era aquela noite. Numa dessas fatalidades históricas havia ocorrido uma decisão de greve da Polícia Civil e o delega estava a caminho de casa feliz da vida, disposto a dar uma com a esposa tesuda. Tinha até pasado no sex shop e comprado bugigangas de sadomasoquismo.

O delegado chega em casa com a viatura, entra de fininho e feliz da vida e ao abrir a porta da sala logo vê Alonso como veio a este mundo em cima da loira que gemia coisas indizíveis ou indecifráveis.

O delega olha a cena de sexo explícito no seu carpete, e antes de deixar cair a sacola com bugigangas pederásticas no chão saca seu "trêis oitão niquelado" e dispara como se fosse um pistoleiro de bang-bang, e bum, tá la um corpo estendido no chão como diria Januário de Oliveira...

Nisso, a loira começa a berrar:
-Não, não, eu amava ele!... eu amava ele! - soluça e cai aos prantos no carpete ensanguentado.
Logo a muvuca se forma na casa do delegado, chega o rabecão recolhe o corpo do defunto, chega a vizinha leva a loira desconsolada para casa dela, e no bar chega Alonso branco como farinha de pastel com o cigarro tremendo na boca. Os camaradas lhe questionam:
-Ué o que aconteceu que você está tremendo e pálido Alonso?
-Mataram o delgado! diz Alonso com o olhar parado na bola da vez em cima da mesa de sinuca.
-O que mas como isso?!?! Fala sério rapá! Você tá de brincadeira!
-Não, não... é verdade, ele morreu! diz antonito Alonso
-Mas como isso? Conta loga isso!
-A loira matou ele! deu um tiro nele!
-O que??? a loira esposa dele???
-Não, nada disso, era a loira amante dele, ela me salvou deu um tiro nele pelas costas equanto eu trepava com a esposa dele...

Enquanto isso no IML no bolso do delegado havia um bilhete da amante escrito: " Se essa loira você não quer, com aquela loira nunca você não fica mais!"

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