quinta-feira, 22 de julho de 2010

Nostalgia

Certa vez cheguei num desses bares da vida, perguntei para uma moça:

— Quer um drinque?

— Claro, por que não?

Não creio que houvesse nada de especial na conversa que tivemos ou se ela gostou da bebida e tomou varias doses. Não parecia ser de maior idade, mas, não sei como, ela tava na minha.Passei-lhe o braço pela cintura e dei-lhe um beijo.

— Me achou bonita? — perguntou.

— Sim...muito - e ela sorriu

Na hora de fechar o bar, fomos para onde ela morava. Tinha um pouco de cerveja na geladeira e ficamos lá sentados, conversando. E só então percebi que estava diante de uma criatura cheia de delicadeza e carinho. Ao mesmo tempo que se encolhia numa mistura de insensatez e incoerência. Uma verdadeira preciosidade. Uma jóia, linda e espiritual. Talvez algum homem, uma coisa qualquer, um dia a destruísse para sempre. Fiquei torcendo para que não fosse eu.

fomos pára o quarto dela e deitamos na cama e, depois que apaguei a luz, ela perguntou:

— Quando é que você quer transar? Agora ou amanhã de manhã?

— Amanhã de manhã — respondi, — virando de costas pra ela.

No dia seguinte me levantei e fiz dois cafés. Levei o dela na cama.

Deu uma risada.

— Você é o primeiro homem que conheço que não quis transar de noite.

— Deixa pra lá — retruquei, — a gente nem precisa disso.

— Não, pára aí, agora me deu vontade. Espera um pouco que não demoro.

Foi até o banheiro e voltou em seguida, com uma aparência simplesmente sensacional — os longos cabelos pretos brilhando, os olhos e a boca brilhando, aquilo brilhando… Mostrava o corpo com calma, como a coisa boa que era. Meteu-se em baixo do lençol.

— Vem de uma vez, gostosão.

Deitei na cama.

Beijava com entrega, mas sem se afobar. Passei-lhe as mãos pelo corpo todo, por entre os cabelos. Fui por cima. Era quente e apertada. Comecei a meter devagar, compassadamente, não querendo acabar logo. Os olhos dela encaravam, fixos, os meus.

— Qual é o teu nome? — perguntei.

— Porra, que diferença faz? — replicou.

Ri e continuei metendo. Mais tarde me vesti e fui embora. Mas não foi nada fácil esquecê-la.

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